sábado, 2 de agosto de 2008

DLPA por quê?

Tudo na vida tem seu começo, esse é um começo de uma idéia que eu tinha há um tempo, mas nunca tinha posto em prática.

Mas por que DLPA?

DLPA é uma demonstração contábil que mostra as variações ocorridas na conta de lucros e prejuízos acumulados do Patrimônio líquido. Sim e daí? Daí que agora vem a minha viagem. Eu creio que a nossa vida não é assim uma demonstração contábil, mas tem um pouco a ver com essa demonstração.

Sério, raciocinem comigo.

As nossas vidas hoje em dia, infelizmente, parecem mais como se fossemos empresas que disputam entre si em um mercado cada vez mais estreito. Nos interessamos mais em: dinheiro; aquele tênis de marca caríssimo que tem na vitrine; aquela camisa cujo o preço dá pra comprar 5 de uma marca menos conhecida; ficar com o máximo de meninas em uma festa pra poder contar vantagem depois; beber o máximo que conseguir sem cair, e quando cair rir da nossa própria cara pra mostrar que sabia o que estava fazendo; gastar o máximo de dinheiro, etc. Assim como as empresas buscamos a nossa firmação na sociedade, buscamos o nosso “lucro”. Daí eu dizer que nossa vida é uma DLPA. Nem sempre temos o resultado que queremos, às vezes temos o nosso “lucro”, muitas vezes temos o tão temido “prejuízo” e ao invés de isso ficar gravado em um livro de capa preta, isso sempre vai ficar registrado na nossa memória.

Mas na verdade, o que eu descrevi acima, é uma crítica que eu faço. Deixamos de nos preocupar com o SER e nos preocupamos mais com o TER, olhamos mais para as pessoas por causa do seu carro, da profissão, da marca da roupa que ela usa e esquecemos que isso é somente uma casca, o que vale realmente é a “alma” da pessoa. Não são roupas caras ou um carro do ano que diz realmente o que as pessoas são. Confesso que por algumas vezes me deixei influenciar um pouco pelo meio e cometi esses erros, paciência ninguém é perfeito e também não sou nenhum santo e também me cansei de ver as pessoas agindo dessa forma.

Um exemplo simples e que por algumas vezes aconteceu comigo: passei a minha infância morando em uma cidade no interior do Ceará, quando morava lá sempre usei uma bicicleta para me locomover, quando vim embora pra Fortaleza com meus pais e ia passar os finais de semana ou feriados lá passei a me locomover na moto do meu tio ou até mesmo no carro do meu pai, algumas pessoas que eu conhecia e que “ignoravam” a minha presença passaram até a me cumprimentar na rua. Quanta diferença! Fazer o que? Tem gente que é assim mesmo, e não adianta tentar mudar.

Não vou terminar esse texto, dizendo aqui pra você fazer o bem, ou sair distribuindo dinheiro, ou deixar de ir pra festas, ou parar de beber, nada disso. A minha real intenção com esse blog, e com esse texto, é que você pare um pouco pra pensar, isso não faz mal a ninguém, e que tenhamos um pouco mais de responsabilidade nos nossos atos, afinal o “seu direito termina quando começa o direito do outro”, o que não significa que o nosso dever termina quando começa o do outro. Então, Pare e Pense!

2 comentários:

Nanah Maranhão disse...

Gostei. Essas aparências existem desde sempre, mas de uns tempos pra cá, isso tem se irradiado para todos os setores sociais e feito "escravos da aparência". Acho que não exista um culpado desse fato, e sim, vários. Porque é opção nossa permitir que isso continue ocorrendo ou não... e é por nossa ação, ou pela falta dela, que deixamos as coisas ficarem assim, cairem na normalidade. Assim como muita gente acha normal desejar roupas caras e que não são compatíveis com o próprio preço, daqui a pouco será banal abrir mão de uma vida mais confortável para viver de aparências; assim como um amigo que comprou um Audi A3, achando-se o "rei da Cocada!", e em seu apartamente não havia nem sequer um sofá, só uma geladeira com água, porque tinha de pagar as prestações.

Gostei de sua postagem.

Anônimo disse...

Sociedade do Espectáculo... Guy Debord